DEAMAZÔNIA SANTARÉM, PA - O tenente-coronel Jorge Campos, comandante do 15º Batalhão da Polícia Militar em Itaituba (15º BPM), e o tenente-coronel Pedro Paulo Coelho, comandante do 10º Comando de Policiamento Regional X, também em Itaituba, foram presos preventivamente pela Polícia Federal na operação Cobiça, na manhã desta quinta-feira (28).
Os empresários presos seriam da empresa Gana Gold. A empresa tem sede em Novo Progresso, Pará.
As prisões ocorreram por determinação do juiz federal Juiz Federal Carlos Gustavo Chada Chaves, da 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Pará.
Coronel Pedro de Paulo, comandante do Policiamento X e coronel Jorge Campos, comandante do 15º BPM, presos pela PF
Além de quatro mandados de prisão, os policiais federais cumpriram 21 mandados de busca em Santarém, Itaituba, Altamira (cidades do Oeste do Pará), Rio de Janeiro e Goiânia.
Segundo a PF, os comandantes da PM recebiam uma espécie de “mesada” para ajudar empresários no transporte e segurança do ouro extraido ilegalmente. Investigações apontam que até viatura da polícia teria sido usada na logística.
“O dinheiro seria para que os servidores públicos facilitassem ou não reprimissem os crimes ambientais cometidos pelas empresas, além de atuarem na logística e segurança do ouro ilegal”, aponta a Superintendência da Polícia Federal no Pará, em nota.
Um apartamento de luxo em um edifício localizado no bairro Aeroporto Velho, em Santarém, foi um dos alvos visitados pela PF.
Segundo apurou o G1, além da prisão dos coronéis e de dois empresários, foram alvos de mandados de busca apreensão em Itaituba, um major, um capitão, quatro sargentos e um cabo da PM.
Os empresários foram presos em Goiânia.
PMS AFASTADOS DAS FUNÇÕES
A Justiça também autorizou o sequestro de bens e a aplicação de medidas cautelares, como o afastamento dos PMs de suas funções públicas.
Na operação, ao menos oito carros de luxo foram apreendidos, além de joias, telefones celulares e uma quantia em dinheiro e ouro, ainda não contabilizada.
Um dos empresários presos já foi condenado por tráfico de drogas, receptação, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação para o tráfico.
A Operação Cobiça, conforme foi batizada a ação deflagrada esta manhã, surgiu da Operação Ganância, que a PF realizou em Rondônia, em 2022, para apurar o desvio de recursos públicos federais na prestação de serviços de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea.
Na atual operação, os crimes investigados são: lavagem de dinheiro, usurpação de bens da União e organização criminosa.
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