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MPF pede laudo da Semas/PA sobre barragem da Alcoa que atinge igarapés em Juruti

Procurador da República entrou no ‘caso Jauari’, após moradores do Distrito de Juruti Velho contestarem laudo técnico da Alcoa, sobre danos ambientais

MPF pede laudo da Semas/PA sobre barragem da Alcoa que atinge igarapés em Juruti MPF pede laudo da Semas/PA sobre barragem da Alcoa que atinge igarapés em Juruti ( foto divulgação) Notícia do dia 16/08/2022

DEAMAZÔNIA SANTARÉM, PA - O procurador da República, em Santarém, Gabriel Dalla Favera de Oliveira, pediu ao secretário do Meio Ambiente do Pará, José Mauro de Lima O´de Almeida, que o órgão encaminhe ao MPF (Ministério Público Federal) um lado técnico sobre o dano ambiental causado pelo rompimento da barragem da Alcoa, em 2020, que atingiu igarapés de comunidades do Projeto  de Assentamento Agroextrativista do INCRA, no Distrito de Juruti Velho, município de Juruti, no Oeste do Estado. Uma das comunidades do assentamento atingida é o Jauari.

 

O ofício do MPF enviado a Semas/PA é do dia 29 de julho de 2022. O procurador da República estabeleceu um prazo de 10 dias para que o órgão enviasse os documentos.   

 

“Requisito que os documentos em anexo (PRM-STM-PA- 00008006/2022) sejam juntados e devidamente analisados pelos técnicos da Secretaria, na elaboração do laudo ou parecer técnico a respeito dos acidentes ocorridos nas frentes de exploração minerária da ALCOA, cujos impactos recaíram sobre comunidades do PAE Juruti Velho, no município de Juruti/PA”, diz o documento da Procuradoria da República em Santarém enviado ao secretário do Meio Ambiente do Estado do Pará.

A Alcoa teria feito um 'estudo unilateral' na área atingida informando que os impactos ambientais, que a comunidade do Jauari sofre com os danos da mineradora, são muito pequenos, o que gerou um impasse e o Ministério Público Federal entrou no caso.

 

A comunidade do Jauari contesta o laudo da mineradora. As famílias relatam que não conseguem mais plantar e nem pescar, devido à degradação destas áreas e o enlameamento de lagos.

 

Sobrou também para a Semas. Os comunitários dos assentamento do Incra não pouparam criticas ao trabalho de fiscalização feito pelos técnicos da Secretaria do Meio Ambiente do Pará.

 

Os assentados falaram ao procurador da República, Gabriel Dalla Favera de Oliveira, que os servidores do órgão ambiental do Estado não procuram ouvir a comunidade, quando chegam a Juruti Velho, pois segundo eles, esses técnicos se dirigem de pronto ao escritório da mineradora. 

 

Uma série de reportagens do Portal deAMAZÔNIA/PARÁ mostrou que o rompimento da barragem, em 2020, está aterrando igarapés em Juruti Velho, com lama contaminada despejada das bacias de exploração da bauxita, causando graves prejuízos ambientais.

 

A denuncia é de que desde o desastre não houve providências efetivas da mineradora americana para minimizar o problema.  

 

ALCOA DIVULGOU NOTA

A Alcoa encaminhou Nota ao Portal deAMAZÔNIA/PARÁ informando que a mineradora não opera com barragens, mas sim com lagoas de lavagem de bauxita, a qual, segundo a nota, não contém resíduos tóxicos.

 

A Alcoa informa ainda que vem dialogando com a comunidade de Juruti Velho sobre as compensações e estudos de impactos, a fim de promover soluções.

                                           

VEJA A NOTA

Em Juruti, a Alcoa não opera sistema de barragens, por isso, não houve ruptura.

 

A mineradora possui lagoas de lavagem de bauxita que fazem parte da operação e não contém materiais químicos ou tóxicos.

 

Em 2020, devido às fortes chuvas na região, houve um transbordamento de materiais orgânicos (galhos e terra) que foram carreados para dois igarapés próximos, na região de Juruti Velho.

 

Na época, o incidente causou turbidez nos igarapés que vem sendo endereçadas pela Companhia com a supervisão da Comunidade e da SEMAS – Secretaria Estadual de Meio Ambiente Sustentabilidade.

 

Desde então, a Alcoa vem dialogando com a comunidade sobre compensações e estudos de impactos, a fim de identificar soluções e a resolução desta situação.

 

VÍDEO DA LAMA DESCENDO PARA IGARAPÉ DO JAUARI (PA)

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