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Festival de surf na pororoca é realizado em São Domingos do Capim (PA)

Nesta edição, o evento tem a presença da equipe de produção da NGK, a maior emissora de TV do Japão, que veio conhecer o fenômeno da Pororoca

Festival de surf na pororoca é realizado em São Domingos do Capim (PA) Surfistas aproveitam a pororoca, que chega fazendo espuma nas águas barrentas de São Domingos do Capim. (Foto: Maycon Nunes/ Agência Pará) Notícia do dia 23/03/2019

DEAMAZÔNIA BELÉM, PA - Os campeonatos de surf que é realizado no município de São Domingos do Capim, que reuni cerca de 80 surfistas da região e de outros estados brasileiros, fazem parte do Festival da Pororoca, programação que chega a sua 19ª edição e é realizada pela Prefeitura de São Domingos do Capim, em parceria com Governo do Estado. O evento, que incentiva o esporte e o lazer, começou nesta sexta-feira (22) e vai até o dia 24.

 

“Além dos campeonatos, tem torneios de futebol, de vôlei e montamos um palco na orla da cidade para os shows musicais. O governo pretende incentivar ainda mais as ações de cultura e lazer no interior do Estado”, diz o diretor de Eventos da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (Seel), Júlio Vieira.

 

A expectativa é que circulem 15 mil pessoas na cidade durante o evento. A população fica bastante animada, porque o campeonato movimenta também o comércio local.

 

“O festival é algo que a gente espera o ano inteiro. E, esse ano, a pororoca veio mais forte e grande, assim, mais pessoas vêm de fora confraternizar com a gente. E o movimento no restaurante começa a aumentar”, disse cozinheira Maria de Jesus, que trabalha em um restaurante da orla da cidade.

 

Desde a quarta-feira (20), turistas brasileiros e até japoneses circulam pelo município. Uma equipe de produção da NGK, a maior emissora de TV do Japão, veio à São Domingos do Capim conhecer a Pororoca e estudar a possibilidade de transmitir ao vivo o fenômeno, no ano que vem, para o outro lado do mundo. “A TV japonesa já exibiu, ao vivo, um fenômeno da natureza na Antártida, agora queremos uma da Amazônia. Estamos pesquisando estrutura e logística para ver se é possível fazer aqui. A equipe está bem animada, é muito bonito”, disse o produtor de televisão, Leonardo Yamaguchi.

 

Para o surfista Alan Londres, de apenas 19 anos, que sonha em ser um “Medina da Pororoca”, como ele mesmo diz, não é difícil entender porque o fenômeno natural encanta tantas pessoas. “Quando a gente está lá em cima da onda, é uma sensação inexplicável, parece que estamos no céu. O rio parece que está dentro de nós. Essa pororoca de hoje foi bem grande, quase três metros, foi demais”.

 

Pororoca

Às margens da floresta, ribeirinhos de São Domingos do Capim se aglomeram nos trapiches para contemplar a chegada da Pororoca. E muitos não conseguem resistir, saem nas rabetas, lanchas e barcos para ver de perto a grande onda que chega fazendo espuma nas águas barrentas da Amazônia.

 

“Aqui tem a particularidade de ser uma pororoca que se aproxima da cidade e é muito acessível às pessoas, faz parte do cotidiano delas. E, diferente de outras pororocas, é formada pelo encontro de dois rios de água doce, o Guamá e Capim, o que acaba quebrando esse paradigma do fenômeno ser o encontro do mar com o rio”, revela o presidente da Associação Brasileira de Surf na Pororoca, Noélio Sobrinho.

 

O esporte sob as pranchas chegou na região há mais de 20 anos com as primeiras expedições de surfistas brasileiros renomados, como Ricardo Tatuí. Foi nessa época, que o nativo Walmecir se encantou com o surf. “O Ricardo deu pranchas pra gente e foi ensinando. Mas eu cheguei a treinar com tampa de geladeira e pedaço de isopor”, lembra.

 

Hoje, Walmecir é mototaxista na cidade e o surfista mais famoso da região. Ele venceu duas vezes o Campeonato Municipal de Surf e representa o Pará no Campeonato Nacional de Surf em Pororoca. “O surf é apaixonante, sou apaixonado pela pororoca, a melhor adrenalina é a do rio”, garante.

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