DEAMAZÔNIA SANTARÉM, PA - O Coletivo de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, povo Borari, e moradores da vila de Alter do Chão, em Santarém, oeste do Pará, denunciaram ao Ministério Público Federal (MPF), a construção irregular de uma unidade habitacional às margens do Lago Verde, ao lado do Rio Tapajós.
Segundo os indígenas, a obra, que está em andamento, “já suprimiu a vegetação ao entorno do Lago e adentrou significativamente sobre a praia, causando danos ambientais irreversíveis”.
De acordo com as comunidades que protestam contra a construção, “a obra em questão está violando a legislação ambiental, uma vez que não respeitou os limites das faixas marginais permitidos para a intervenção em áreas de preservação permanente (APP), conforme o art. 4º Lei n. 12.651/2012 (Novo Código Florestal) e Art. 7 º do Plano de Uso da APA Alter-do-Chão.”
Ainda conforme as Suraras do Tapajós publicaram em sua página do Facebook, a construção causa também altos prejuízos econômicos. “Hoje o ecoturismo representa cerca de 90% da economia de Alter do Chão. Dependemos do nosso patrimônio natural para sobreviver, são igarapés, lagos, praias, florestas alagadas, entre tantas outras belezas, que encantam e guardam a história do povo Borari”, diz trecho do texto.
Foram formalizadas ainda denúncias à SEMMA- Secretaria Municipal de Meio Ambiente, porém, até o momento, segundos os indígenas, não houve respostas do órgão municipal.