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MPF-PA recomenda repasse de recursos para abrigo de imigrantes em Santarém

Situação é de calamidade e precisa de atuação rápida e emergencial, alerta MPF

MPF-PA recomenda repasse de recursos para abrigo de imigrantes em Santarém Indígenas venezuelanos Warao estão — Foto: PMS/Divulgação Notícia do dia 25/04/2019

DEAMAZÔNIA SANTARÉM, PA - O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou recomendação ao Comitê Federal de Assistência Emergencial, presidido pela Casa Civil da Presidência da República, e ao governo do Pará para que sejam repassados recursos ao município de Santarém, no oeste do estado, para pagamento dos custos de recebimento e abrigamento de imigrantes.

 

Imagem de teto de telhas em fibrocimento onduladas, com várias áreas onde faltam telhas. Nessas áreas, foram colocados sacos plásticos, como substituição improvisada.

Detalhe do estado precário do telhado de parte do abrigo (foto: DPU Santarém/PA)

 

Segundo o MPF, vistoria no abrigo feita em março pela Defensoria Pública da União (DPU) identificou uma situação calamitosa e que necessita de atuação rápida e emergencial, até mesmo porque é possível que novos imigrantes continuem chegando à cidade.

 

O relatório de vistoria aponta uma série de causas de insalubridade no abrigo: superlotação, falta de ventilação, falta de condições para higienização, entre outros problemas. 

 

Imigrantes também reclamam de falta de água, falta de banheiros, e insegurança, além de demora na obtenção de documentos e ausência de acesso a órgãos de fiscalização.

 

A partir da data de recebimento do documento, o governo federal e o governo estadual terão dez dias para apresentar respostas ao MPF. Se as respostas não forem apresentadas ou forem consideradas insatisfatórias, o MPF pode tomar outras medidas que considerar cabíveis, incluindo levar o caso à Justiça.

 

Sem repasses nem respostas 

Apesar de a Constituição estabelecer que os custos financeiros do apoio humanitário concedido a imigrantes devem ser arcados pela União, a União não realizou este ano nenhum repasse de cofinanciamento para arcar com os custos do abrigamento dos imigrantes em Santarém.

 

Questionado sobre esse tema, o governo federal não apresentou respostas.

 

De acordo com a procuradora da República Luisa Astarita Sangoi, autora da recomendação, durante as investigações do caso ficou comprovado que a prefeitura de Santarém está atuando no limite de seus recursos financeiros e de pessoal para garantir o abrigamento ao fluxo volátil de refugiados que chegam na cidade.

 

A representante do MPF lembra na recomendação que a melhoria das condições de abrigamento não é responsabilidade e obrigação exclusiva da prefeitura, e sim de responsabilidade solidária da União, do estado e do município.

 

A procuradora da República observa, ainda, que a lei 13.684/18, que dispõe sobre medidas de assistência emergencial para acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária, elenca a possibilidade de repasses emergenciais aos municípios e aos estados que sejam receptores do fluxo migratório.

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