

DEAMAZÔNIA BELÉM, PA – A crise indígena, em Belém, a capital da Cop 30 ( Conferência do Clima da ONU) continua e entra no seu 16º dia.
A reunião entre o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) e as lideranças indígenas, realizadas na noite desta terça-feira (28), terminou por volta de 1h da madrugada, sem acordo.
Sem avanço nas negociações, os indígenas decidiram manter a ocupação da sede da Secretaria de Educação do Pará em protesto contra a Lei 10.820, que altera o Sistema de Organização Modular de Ensino Indígena (Somei), por aulas on line para as aldeias, afirmam as lideranças.
“A negociação com o governador não avançou e a ocupação da sede da Seduc continua. Nossas propostas não foram atendidas que são a saída do secretário de Educação, Rossielli [ Soares], que ele não aceitou, e da revogação da Lei 10.820, ele também não quis. [O governador] lançou outra proposta, sempre se esquivando. Não quis dialogar a nossa pauta, e então resolvemos sair sem acordo “, afirmou o cacique Dadá Borari, em vídeo publicado nas redes sociais.
A reunião com o governador foi tensa. A área em frente a sede do governo foi interditada sob forte aparato da PM.
Do lado de fora professores da rede estadual, que estão em greve, se uniram ao protesto indígena, na avenida Almirante Raposo, no centro de Belém.
'LEI NÃO ACABA COM ENSINO PRESENCIAL'
"É muito importante que nós possamos esclarecer que em momento algum se discutiu ou se pensou na possibilidade de acabar com o ensino presencial. Pelo contrário! A nossa estratégia é manter a educação presencial e garantir todas as conquistas para que o Estado do Pará, com a lei estadual, possa avançar na qualidade e nos direitos dos povos indígenas do Pará”, disse o governador Helder Barbalho, em reunião com outras lideranças indígenas realizadas na sexta-feira (25).
O governador disse também que a nova lei prevê a garantia do ensino bilíngue nas escolas indígenas; gratificação de nível superior de 80% para professores indígenas; realização de um concurso público específico para docentes indígenas; criação do Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena; Sistema Modular de Ensino Indígena (Somei) de forma presencial e em seu nível mais alto; consulta prévia e ampla sobre as modalidades de ensino oferecidas, e a promoção da Conferência de Educação Escolar Indígena.
CACIQUE DADÁ BORARI
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