

DEAMAZÔNIA BELÉM, PA - A Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) propôs, na tarde deste sábado (18), a criação de um novo Projeto de Lei que trata da Política Estadual da Educação Escolar Indígena.
A proposta não foi aceita pelas lideranças que ocupam a sede da Seduc, em Belém, há seis dias, em protesto a lei sancionada pelo governador Helder Barbalho que acaba com as aulas presenciais nas aldeias e implanta o ensino a distância para as comunidades indígenas.
A Seduc propôs ainda a assinatura de um Termo de Compromisso (TC) com a Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (FEPiPA) e lideranças das comunidades indígenas presentes no local.
O secretário Rossielli Soares foi pessoalmente, com uma comissão do órgão, reunir com os indígenas no prédio ocupado e em várias ocasiões foi hostilizado pelos manifestantes.
O novo PL, proposto na reunião, deveria ser encaminhado pelo governador à Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa).
Em nota, a Seduc esclarece que tentou negociar o fim da ocupação com os povos originários, porém, as liderancas não aceitaram acordo e reivindicaram pautas que não são específicas da educação indígena.
Além da revogação da lei os manifestarem pedem também a exoneração do secretário Rossielli Soares.
Ainda na nota, a Seduc informou que continua aberta ao diálogo para evitar prejuízos à educação no estado e enfatiza o prejuízo da ocupação do prédio ao trabalho administrativo desenvolvido pela instituição que abriga mais de 40 mil servidores.
Já dura seis dias a ocupação do prédio da Seduc.
A nova Lei de ensino indígena desencadeou uma série de protestos no Pará. Em vários regiões indígenas bloquearam rodovias.
Em apoio ao protesto indígena os professores da rede estadual de ensino decidiram, em assembleia geral, entrar em greve a partir do dia 23 de janeiro.