DEAMAZÔNIA BELÉM, PA - A Polícia Federal, em conjunto com a Procuradoria-Geral da República (PGR), deflagrou nesta quinta-feira (4/8), a Operação Q.I (Quem Indica), que cumpre 30 mandados de busca e apreensão contra desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) e servidores de diversos órgãos do Governo do Estado.
Segundo a PF, em um dos telefones celulares analisados, apreendido em poder do ex-chefe da Casa Civil do Governo do Pará, Parsifal Pontes, foram identificadas mensagens, as quais demonstram que, de um lado, desembargadores do TJPA, valendo-se de seus cargos, patrocinaram, direta e indiretamente, interesses privados perante a Administração Pública, ao indicar “apadrinhados” (parentes e amigos) para cargos em comissão em diversos órgãos do Poder Executivo do Estado do Pará.
PF cumpre 30 mandados de busca e apreensão contra desembargadores do TJPA (Foto: Reprodução / Ascom PF)
INVESTIGAÇÃO
A investigação teve início a partir da análise do material apreendido na Operação Para Bellum, ocorrida em junho de 2020, que apurou fraudes na compra de respiradores pulmonares pelo Governo do Pará.
Ainda segundo a PF, foram encontrados indícios, no mesmo celular, de que Parsifal Pontes, em conjunto com membros da cúpula do Governo "praticaram atos de ofício contra disposição expressa de lei para satisfazer interesses pessoais, nomeando e/ou mantendo ‘apadrinhados’ indicados por desembargadores do TJPA para cargos em comissão no Poder Executivo do Estado do Pará".
O nome da operação Q.I. remete à sigla informal “Quem Indica”, em substituição à sigla original “Quociente de Inteligência”, utilizada para expressar a prevalência das referências e indicações baseadas nas relações pessoais e de amizade em detrimento do currículo, conhecimentos formais e habilidades de candidatos postulantes a uma vaga de trabalho, circunstância que fere os princípios da Administração Pública.
Mais de 100 policiais federais foram mobilizados para cumprir as medidas cautelares expedidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A deflagração da operação contou ainda com a participação de Procuradores da República.