DEAMAZÔNIA BRASÍLIA - O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, virou sócio de uma empresa que está investindo na extração de manganês em Marabá, São Felix do Xingu, Novo Repartimento e Rio Bonito, no leste do Pará.
Ricardo Barros é autor do requerimento que aprovou a urgência do PL 191, em março deste ano, que libera a mineração em terras indígenas. A informação é do site Brasil de Fato.
Barros abriu em agosto de 2020 a RC6 Mineração, sediada no Paraná, seu estado natal, dois dias antes de virar o líder de Bolsonaro na Câmara. Porém a empresa dele não tem habilitação na Agência Nacional de Mineração para atuar na área.
Foi aí que a empresa do deputado passou a compor, em março de 2022, o quadro societário da Sulpar Mineração, fundada em 31 de março, com sede no município de Marabá. A Sulpar trabalha com envio de manganês para o exterior.
A mineração em Marabá é marcada pela extração ilegal de manganês, além do desmatamento, garimpo e grilagem de terra.
Em consulta feita pelo site Brasil de Fato na Receita Federal, não existe nenhuma solicitação realizada pela Sulpar para liberação de lavras e licenças junto à Agência Nacional de Mineração (ANM) e também não localizou nenhuma atividade pública da empresa, até o momento.
Porém, o sócio de Barros, na Sulpar, o empresário Giovanni Ribeiro Amorim, teria outra empresa de mineração: a GR Amorin Minerais, na qual é o único sócio.
O Brasil de Fato identificou 12 requerimentos de mineração feitos pela GR Amorin Minerais à Agência Nacional da Mineração (ANM) entre 2018 e 2021, para explorar minério no subsolo de áreas próximas de Terras Indígenas.
CPI da Vale
No Pará, a Assembleia Legislativa do Estado, instalou uma CPI que investiga a exploração de minério da Vale, na mesma região paraense que está instalada a empresa Sulpar, da qual o deputado Ricardo Barros virou sócio.