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Governo do Pará silencia sobre poluição por garimpo em Alter do Chão

Portal deAMAZÔNIA divulgou, no início do mês, denúncia do médico Erik Jennings que águas do Tapajós estavam barrentas e já atingiam o 'caribe amazônico'

Governo do Pará silencia sobre poluição por garimpo em Alter do Chão - Garimpo pode estar poluindo praias de Alter do Chão que já apresentam águas barrentas ( foto: Erik Jennings) Notícia do dia 20/01/2022

DEAMAZÔNIA SANTARÉM, PA - O governo do Pará demora em adotar medidas que possam investigar a denúncia de moradores de Alter do Chão de que o garimpo está poluindo as praias do distrito da vila balneária em Santarém, cujo resultado já seria a mudança da coloração da água azul enverdeada para a barrenta, semelhante a do Rio Amazonas.

 

O médico Erik Jennings denunciou que a lama e o barro da exploração do garimpo estavam poluindo o rio Tapajós. Ele sobrevoou a região e fez fotos e vídeos para mostrar aos céticos que não se tratava do período da chuva, mas da exploração do garimpo.  

 

No dia 11 de janeiro passado, o Portal deAMAZÔNIA publicou reportagem sobre o tema e tentou falar com o governador Helder Barbalho (MDB), sem êxito.

 

Na manhã de ontem (19), o deAMAZÔNIA voltou a contactar o governo desta vez a secretária de Comunicação Social do Estado, Vera Oliveira, por email e via aplicativo, mas, novamente não obteve retorno.

 

Nesta quarta-feira (19), o Jornal Nacional, da TV Globo, deu destaque ao avanço do garimpo em Alter do Chão, Oeste do Estado. O secretário estadual do Meio Ambiente, Mauro O’de Almeida informou que o governo enviaria uma equipe para sobrevoar a região do Tapajós.  

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GARIMPO NO TAPAJÓS

Nos últimos três anos houve um crescimento desenfreado do garimpo no Pará.

 

Em dezembro, o site The Intercept Brasil, apresentou densa reportagem que a empresa canadense Cabral Gold, havia obtido autorização do governo Bolsonaro, mesmo sem licença ambiental, para explorar até 100 mil toneladas de ouro, por ano, na região do Tapajós. É a terceira maior mina de ouro do país.

 

A mineradora canadense está em operação no Distrito de Cuiu Cuiu, em Itaituba, desde 2017, apenas com duas guias fornecidas pela Agência Nacional de Mineração, no ‘projeto boiada’ do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

 

Ontem (19/1), a mineradora canadense G. Mining Ventures Corp (GMIN) – que comprou a filial brasileira Brazauro Eldorado Gold Corp – para exploração de 100% de uma das maiores minas de ouro do país no Tapajós, região do “Tocantinzinho”,  celebrou um acordo de cooperação técnica com a Prefeitura de Itaituba.

 

O prefeito Valmir Climaco, que também é garimpeiro, gravou um vídeo para informar que o acordo com a canadense vai gerar mais de 1 mil empregos em Itaituba.

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