DEAMAZÔNIA BELÉM, PA - O ex-governador do Pará, Simão Jatene, reagiu com indignação a decisão do diretório regional do PSDB, presidido pelo deputado federal, Nilson Pinto, de colocar o partido no colo do governador Helder Barbalho (MDB), para fortalecer a reeleição dele, em 2022.
Na terça-feira (20), 10 prefeitos e os quatros deputados do PSDB na ALEPA (Assembleia Legislativa do Pará) decidiram ingressar na base de apoio à Helder.
Em um vídeo, que gravou na noite desta quinta-feira (22/7), Jatene diz que a direção do PSDB ‘rasgou’ toda a história do partido e cobrou explicações.
O ex-governador disse que quando ele e Almir Gabriel criaram o PSDB no Pará, havia um motivo: a construção de um novo Estado.
“Tínhamos propósito e isto foi fundamental. Não fizemos tudo, mas tínhamos propósito. Eu não podia garantir que todos tinham os mesmos desejos e sonhos. Mas, eu posso dizer uma coisa: a ideia dominante era a busca de um Pará melhor. E nesse sentido, se não fizemos tudo, fizemos muito”, argumentou.
Jatene enumerou ainda um volume de obras, citando cartões portais do Pará, como, por exemplo, a Estação das Docas, o estádio Mangueirão, que o governo do PSDB realizou no Estado. “Essa era a motivação da união, do pacto: se juntar para um grande projeto, que deixou um inegável legado”, completou, pontuando que o turismo era a marca do PSDB.
“Mas e agora? Qual o propósito que está levando que membros da atual direção Regional do PSDB, pelo que eu sei, inclusive, de forma nada espontânea, tentem negar o passado, ‘rasgar’ história e jogar uma legião de militantes apaixonados, simpatizantes e esperançosos no colo de um governo sem obras, sem projeto, com comportamento nada defensável?”, questionou o ex-governador.
Sem mencionar o nome do deputado Nilson Pinto, Simão Jatene cobrou os motivos que levaram o partido a se unir a Barbalho, que, segundo ele, é alvo de investigação de desvio de recursos na pandemia e que também não cuidou do meio ambiente.
“Explosão do desmatamento. [...] Repetidas, vergonhosas e incontáveis denúncias de desvio de dinheiro público, que somam mais de R$ 1 bilhão, que deveriam ter sido usados para salvar vidas. Governo cujas denúncias o Estado está em primeiro lugar no volume de recursos desviados da pandemia”, cutucou.
O ex-governador encerra o vídeo ironizando a aliança do PSDB com o governo Helder e cobrou decência do tucanato.
“Qual é a motivação? A que serve essa atitude? Quem se beneficia dessa aproximação? Que 'causa nobre' é essa que põe a guerreira militância, não apenas junto a históricos adversários, mas renegando seu passado de luta contra a corrupção, a defesa dos princípios éticos e morais. A verdade é teimosa e por mais que inconveniente possam parecer essas perguntas, elas exigem respostas. Não se mexe com crença, sonhos, valores, sem explicação, pelo menos, por uma questão de decência”, concluiu.
VEJA O VÍDEO:
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