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Quatro peixes-boi são devolvidos ao meio ambiente em Santarém (PA)

Animais serão monitorados com rádio transmissores; soltura aconteceu no Lago do Pachequinho na Comunidade Igarapé do Costa

Quatro peixes-boi são devolvidos ao meio ambiente em Santarém (PA) Peixes-boi devolvidos ao habitat natural: conquista. (Foto: Divulgação) Notícia do dia 15/03/2019

DEAMAZÔNIA SANTARÉM, PA - Bolinha, Paladaçú, Guerreiro e Ximanga. Esses são os nomes dos quatro exemplares de peixes-bois que foram soltos na tarde desta quinta-feira (14) no Lago do Pachequinho, localizado na Comunidade Igarapé do Costa. Os animais variam de 5 a 10 anos e pesam em média 115 quilos.

 

A iniciativa faz parte da parceria entre a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), e o ZooUnama.

Equipe técnica especializada, com participação de vários órgãos, realizou com êxito a operação.

 

A instalação dos rádios transmissores ocorre pela primeira vez. Os equipamentos vão possibilitar todo um monitoramento e os peixes-boi poderão viver num maior espaço.

 

Desde 2005, os animais passaram por todo um processo de reabilitação. Chegaram no zoológico ainda filhotes, receberam acompanhamento veterinário, foram colocados num tanque na Comunidade Igarapé do Costa e hoje estão livres.

 

O presidente da Associação de Moradores da Comunidade Igarapé do Costa, Arino Pereira, disse que diretamente existem dois comunitários ajudando em todo o processo. Foram treinados e repassam aos moradores a importância de cuidar dos animais.

 

"A comunidade é parceira. Você pode observar que os tanques não possuem uma proteção por cima porque os próprios moradores se sentem responsáveis e ajudam na preservação", afirmou Arino Pereira.

Bolinha, Paladaçú, Guerreiro e Ximanga: nomes dos quatro exemplares de peixes-bois que foram soltos 

 

"Na comunidade existem as condições perfeitos para que eles sobrevivam. Há bastante plantas aquáticas e a própria comunidade pode ajudar", comemorou o veterinário Jairo Moura.

 

Segundo o chefe de fiscalizações da Semma, Arlen Lemos, o trabalho é uma ação conjunta entre órgãos ambientais e a comunidade que deve ser a principal fiscal: "A Semma tem se esforçado, são animais ameaçados e por isso é necessário unir cada vez mais esforços para combater os crimes contra essas espécies".

 

Conforme a Lei Federal de Crimes Ambientais nº 9.605/1998, quem matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória é crime ambiental. O infrator está sujeito a pena de detenção de seis meses a um ano e multa.

 

Peixe-boi da Amazônia

O peixe-boi de água doce tem o nome científico de Trichechus inunguis, é endêmico da bacia amazônica e encontra-se na lista dos animais brasileiros ameaçados de extinção.

 

Mesmo protegido por lei, a caça a este animal ainda acontece principalmente com as fêmeas lactantes. Historicamente, a partir do século XVI, esse mamífero aquático foi caçado indiscriminadamente para obtenção da carne e a utilização do couro que é, pelo menos, seis vezes mais resistente que o couro de um bovino.

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