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Após 18 anos, Estado devolve 1,5 mil peças ao Museu do Índio, em Santarém

O acervo indígena foi levado por conta de uma determinação da justiça; Museu será reativado em Santarém

Após 18 anos, Estado devolve 1,5 mil peças ao Museu do Índio, em Santarém Museu do Índio em Alter do Chão foi referência para pesquisa e visitação de turistas até 2001 — (Foto: ICBS/Arquivo) Notícia do dia 12/03/2019

DEAMAZÔNIA SANTARÉM, PA - Aproximadamente 1.500 peças, de etnias indígenas da região amazônica e Mato Grosso, entre instrumentos musicais, artefatos de madeira, trançados de palha, cordões e peças feitas de cerâmica serão devolvidos pelo Estado, após 18 anos, para a reativação do Centro de Valorização da Sabedoria Indígena, o "Museu do Índio", que funcionava na vila de Alter do Chão, em Santarém, oeste do Pará (PA). Ainda não há data definida para a repatriação. 

 

O acervo estava no Museu do Estado do Pará (MEP), em Belém, por conta de uma determinação da Justiça e de um litígio conjugal entre os antigos proprietários, o norte-americano Davi Richarson, já falecido e a ex-mulher dele, uma indígena da região.

 

Por muitos anos, o Museu do Índio serviu de referência para pesquisas escolares, além de atrativo turístico para levas de visitantes estrangeiros, que aportavam em Santarém em caravanas trazidas por navios turísticos, boa parte dessas peças estão devidamente curadas por técnicos do Museu Emílio Goeld.

 

A articulação para a repatriação desse acervo está sendo feito pela Secretaria Estadual de Cultura, Centro Regional de Governo, Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós (IGTAP),Secretaria Municipal de Cultura de Santarém e o procurador público do acervo, Guilherme Taré. O diretor do Museu do Estado do Pará (MEP) Marcel Campos, esteve em Santarém, nesta segunda-feira (11), onde reuniu com os atores envolvidos e afirmou que as peças devem retornar para Santarém.

 

“O Museu do Estado do Pará, tem a missão de guardar a história do estado, e guardou o acervo do Museu do Índio por uns 12 anos, enquanto não se tinha uma definição do que fazer com ele. Assumimos recentemente e logo elaboramos uma relatório das situações do que encontramos, e verificamos que as peças estavam guardadas de forma indevida, sem as condições necessárias, ainda não temos como avaliar detalhadamente, porque é preciso ver peça por peça, porém se levarmos em consideração o tempo, há chances de muitas dessas peças já estarem danificadas, mas agora é preservar e cuidar do que ficou” explicou Marcel Campos – Diretor do MEP.

 

O procurador público do acervo comemorou a iniciativa do Estado. “Depois de quase 18 anos nessa luta, tentando trazer esse acervo de volta para Santarém, agora está mais próximo disso acontecer, porque existe boa vontade do governo, mas precisamente da secretária Ursula Vidal, eu já venho reunindo com o secretário Henderson ha um tempo sobre isso e o Marcelo, é uma pessoa que está muito disposta a nos ajudar nessa questão. ” Pontuou Taré.

 

A iniciativa deve fortalecer a região Oeste paraense, em vários fatores

 

“Nós já vinhamos lutando pelo retorno dessas peças, a repatriação do museu do Indio, deve fortalecer ainda mais nossa região historicamente, mas também o turismo, estamos nesse processo para efetivar a vinda das peças e também a conservação de outros acervos locais.” Declarou o Padre Sidney Canto, membro do IHGTAP.

 

O secretário de Cultura de Santarém, está agora avaliando um local, Em Alter do Chão, onde o Museu do Índio Possa voltar a funcionar.

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